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Carta a uma adolescente

Quando a gente faz 13 anos, não é ninguém. Somos crianças demais para sermos adultos e adultos demais para ser crianças. Somos adolescentes. Passamos a nos enxergar e nos contestar. Discordamos do mundo. Começamos a ter discussões mais sérias com os pais e, se meninas, mais ainda com as mães. Porque, somos no geral parecidas com a figura paterna, pegamos seus vícios, manias, jeitinho eeee.... defeitos!

“Não pode ser, os pais são heróis, eles não têm defeitos”. Ahhh, e como têm!

“As mãe pira”! kkkk

Sim, nós menininhas do papai, temos defeitos iguaizinhos aos deles, justamente os que mais incomodam as mães e que são temas de incontáveis atritos. E isso, pode fazer com que viremos o centro de grandes discussões.

E não é falta de amor, é exatamente porque as mães amam tanto, mas tanto, que gostariam que crescêssemos a sua imagem e semelhança, mas nem sempre isso acontece e acredite, enxergar defeitos nos filhos dói infinitamente mais, do que ver os nossos próprios.

Amor de mãe, amor de pai, é sim um pouco egoísta. Ambos, veem nos filhos suas qualidades e delegam ao outro os defeitos. E deve ser essa, uma das razões que fez surgir aquele ditado de que “são todos iguais”.

O que ninguém entende é que, nessa idade, tudo o que queremos é ser diferente de todos eles.

É nessa fase que tiramos a máscara da inocência e começamos a demonstrar nosso pior “eu”.

Quando nos tornamos adolescentes, percebemos o que mais incomoda os pais. Pegamos isso e usamos contra eles. E parece tão genial!!! Golpe de mestre! Anos depois, vira uma vergonha alheia danada.

Olhamos para trás e pensamos o porquê dessa, ou daquela atitude. Mas, essa vergonha chama-se amadurecimento. É o que derruba a fruta do pezinho sabe? A frutinha se esborracha toda, mas está quase prontinha para enfrentar o mundão lá fora.

Fazer 13 anos é sensacional! Nos achamos a mais feia da turma e gostamos de quem não gosta da gente. Fazemos tudo para não ser notadas, mas nos incomodamos com o fato de não sermos as mais populares do colégio.

Ahhh quanta contradição! Quando desacordo, quantas dúvidas...

O fato é que os problemas não aumentam, nem as situações do cotidiano mudam, é que começamos a enxergá-las com a nossa percepção. E ela nem sempre é boa, nem sempre é exata e, na maioria das vezes, nos deixa confusos. É a hora que fazemos do quarto, o refúgio dos esquecidos, onde nos trancar ameniza todos os problemas e o silêncio “responde” as dúvidas. E quer saber? Funciona. É bom! E sim, é saudável!

Mas, os pais não entendem isso. Talvez, eles nunca tenham tido um quarto só para eles, e que pudessem transformar em esconderijo. Nem tenham tido esse tempo de reflexão. A vida pode ter cobrado deles, quando ainda estavam verdinhos. Pode ser que eles ainda tragam muitos questionamentos da adolescência. E talvez, ainda que inconscientemente, eles estejam transmitindo o que receberam dos nossos avós, ou até o que não receberam. E, sabe... Tá tudo bem...Tenhamos essa empatia.

Aproveite o seu refúgio, se tranque e ouça músicas de japoneses feios no último volume, Luan Santana ou sei lá mais quem tá na moda, coloque o fone abdutor no ouvido, assista um milhão de vezes a mesma série e ria de vídeos idiotas, mas ofereça para a família, um cantinho nele. Deixe que façam parte do seu mundo, ainda que como figurantes, ainda que como malas sem alças e sem rodinhas, que é o que eles se tornam nessa nossa fase da vida. Triste verdade. Kkk

Nessa viagem ao desconhecido, lembre-se que as maiores malas, carregam maiores bagagens...kkkkk Precisamos delas.

Na adolescência, não gostamos de falar sobre tristezas e angústias, porque elas transparecem toda fragilidade que não queremos demonstrar, uma vez que somos os novos “donos de si”. Somos garotas superpoderosas. Entretanto, se não falamos, carregamos tudo isso para a fase adulta. Elas viram fantasmas e voltam para puxar nosso pé.

Mas, tem algo que podemos fazer para diminuir o peso de uma palavra não dita. É escrevendo.

Não resolve, mas diminui a carga. Fazer um diário é como ter um melhor amigo que só te ouve e não expressa sua opinião. Afinal, nessa idade a gente só quer ser compreendida, sem recriminações e sem conselhos, que não vamos seguir mesmo.

Então eu te aconselho: faça um diário. Pode ser um caderno. Pode ser varias folhas sulfites, formando um bloquinho. Qualquer coisa que se transforme em desabafo.

Mas sem cadeado ok? Não vai precisar. Deixe guardado em seu refúgio, lá em algum lugarzinho do quarto. Aqueles que ganharam um cantinho nele, respeitarão todos os seus limites, mas você precisa confiar. É o exercício da confiança que estreitará os laços e desatará todos os nós, que a partir de agora parecerão mais apertados.

Pratique o desabafo, exercite a confiança e viva bem, viva leve. Viva e um vivaaaa!!!A melhor fase da vida!!!


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